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Crise alimentar pode aumentar o número de pessoas deslocadas no mundo, segundo Acnur

16 de junho de 2022

/ by visao surubim

 Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: O tema ocupa a reunião ministerial da OMC, em Genebra, assim como o Conselho de Direitos Humanos e os mais altos escalões da ONU

Se o mundo não resolver a grave crise alimentar causada pelo conflito na Ucrânia, o recorde de 100 milhões de deslocados poderá continuar somando "um grande número de pessoas", alertou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.                                                                              "O que é feito para lidar com a crise de insegurança alimentar é de importância crucial para evitar mais deslocamentos", disse Filippo Grandi em entrevista coletiva.

Embora não indique um número, "será um número grande", disse o alto comissário ao apresentar o relatório anual de 2021 da organização.

A guerra da Rússia na Ucrânia está privando o mundo de grãos e fertilizantes, elevando os preços e ameaçando milhões de pessoas em todo o mundo com a fome.

"O impacto, se não for resolvido logo, será devastador", adverte Grandi, corrigindo-se depois dizendo: "Já é devastador".                                          

O tema ocupa a reunião ministerial da OMC, em Genebra, assim como o Conselho de Direitos Humanos e os mais altos escalões da ONU.

No final de 2021, havia 89,3 milhões de refugiados e deslocados internos no mundo, mais que o dobro do número de dez anos atrás, incluindo 53,2 milhões de deslocados internos e 27,1 milhões de refugiados.

Mas a invasão russa fez com que entre 12 e 14 milhões de ucranianos procurassem refúgio em outros lugares de seu país ou no exterior, uma avalanche humana que em maio elevou pela primeira vez para mais de 100 milhões o número de pessoas deslocadas no mundo.

- Solidariedade -                                                                                             "Todos os anos na última década, os números têm aumentado", disse Grandi. "Ou a comunidade internacional se mobiliza para responder a essa tragédia humana, para acabar com os conflitos e alcançar soluções duradouras, ou essa tendência dramática continuará."

Uma enorme onda de solidariedade abraçou os ucranianos em toda a Europa, em contraste com o tratamento geralmente reservado para refugiados de outros países devastados pela guerra, como Síria ou Afeganistão.

Quanto à ajuda financeira disponível, o contraste é o mesmo, segundo Grandi: grandes quantias de dinheiro chegam para ajudar os refugiados ucranianos. Essas ajudas parecem sumir quando a ONU pede fundos para lidar com outras crises graves. "Não podemos ter uma resposta desigual", como aconteceu com as vacinas da covid-19, lembrou o Alto Comissário.

Grandi aproveitou a ocasião para reiterar sua "grande preocupação" com o Chifre da África e o Sahel, duas regiões que reúnem tudo o que obriga as pessoas a fugir: conflitos, insegurança, má governança e os efeitos muitas vezes violentos das mudanças climáticas.                                                      Ele também falou da situação na América Latina, evocando movimentos populacionais "muito complexos, como os que vemos em toda a América Central" e citando, entre outros, o caso da Costa Rica.

"Quem está falando dos 150 mil nicaraguenses na Costa Rica? E ainda é um grande problema para a Costa Rica", ressaltou, destacando que os deslocamentos não são apenas para os Estados Unidos.

"Na realidade, as pessoas também estão se movendo para o sul, em direção à Costa Rica, e é muito simbólico porque ainda existe, lamento dizer, a percepção de que as crises de refugiados são apenas crises que afetam o Norte", completou.

A invasão da Ucrânia "foi um golpe terrível para a cooperação internacional", segundo Grandi.                                                                      Mesmo que o conflito terminasse em breve, "a brecha entre o Ocidente e a Rússia, e mesmo entre os principais membros do Conselho de Segurança, é tão séria que levará muito tempo para cicatrizar". E "se isso não for encerrado, não sei como vamos conseguir gerir esta crise", concluiu o alto comissário.                              

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