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Candidata do PSL compra 5 milhões de santinhos a 48 horas da eleição na mesma gráfica de suposta 'laranja'

23 de fevereiro de 2019

/ by visao surubim
Segundo o site https://g1.globo.com/pe/pernambuco: Mariana Nunes recebeu R$ 108 mil do PSL em Pernambuco, dois dias antes da eleição, e teve 1.741 votos para deputada estadual. Outros 13 estados investigam "candidatos-laranja".
Uma candidata a deputada estadual pelo PSL em Pernambuco comprou 5 milhões de santinhos e mais de 1 milhão de adesivos nas 48 horas que antecederam as eleições de 2018. Em todo o Brasil, ao menos 13 estados têm investigações sobre possíveis "candidatos-laranja". (Veja vídeo acima)
A gráfica responsável pelas supostas impressões do material de campanha de Mariana Nunes é a mesma utilizada por Lourdes Paixão, que recebeu do PSL R$ 400 mil dias antes do pleito, obteve 274 votos e é investigada por supostamente atuar como "laranja". Lourdes depôs à Polícia Federal no Recife, na quarta-feira (20), e seu advogado não soube informar o endereço da gráfica, onde ela gastou R$ 380 mil. O caso de Mariana Nunes foi publicado pelo jornal O Globo, nesta sexta-feira (22). Ela obteve 1.741 votos. A denúncia sobre suspeita do uso de "laranjas" foi o estopim de uma crise no governo federal, que resultou da demissão de Gustavo Bebianno do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Bebianno era presidente nacional do PSL, durante as eleições de 2018, e foi o responsável formal pela distribuição de verbas públicas aos candidatos do partido nos estados. As notas fiscais entregues à Justiça Eleitoral por Mariana Nunes mostram o pagamento de R$ 113.900 à gráfica Itapissu, sendo uma do dia 5 de outubro, no valor de R$ 69 mil, e outra no dia 6 de outubro, de R$ 44,9 mil.                                                                                                                                           O endereço da gráfica é alvo de divergências. No local indicado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife, o G1 encontrou uma oficina onde a empresa deveria funcionar.   Segundo os funcionários da oficina de funilaria, o estabelecimento funciona no galpão desde, ao menos, março de 2018, sete meses antes da eleição. Em outro endereço, no bairro dos Aflitos, também na Zona Norte, o G1 constatou que funcionam um café, uma papelaria e salas que são alugadas para cursos. Informações publicadas no site do TSE mostram que no dia 5 de outubro de 2018, a campanha de Mariana Nunes recebeu dois repasses da direção estadual do PSL: um de R$ 50 mil, do Fundo Partidário, e outro de R$ 58 mil, do Fundo Especial. Nos dias 2 de outubro e 28 de setembro, os repasses da direção para a então candidata foram de R$ 10 mil, cada, totalizando R$ 20 mil.
Nesta sexta-feira (22), Marina Nunes participou de uma reunião de mulheres na sede do PSL, no Recife. A equipe da TV Globo tentou falar com ela, mas uma funcionária do partido informou que ela não gravaria entrevista.


Na mesma gráfica declarada por Mariana ao TSE, a então candidata Maria de Lourdes Paixão gastou, na semana da eleição, R$ 380 mil em material de campanha. Também nesta sexta, a TV Globo teve acesso a um novo endereço da empresa, no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife.         Advogado                                                                                                    O advogado Pedro Avelino, que defende a gráfica, disse que a mudança de endereço aconteceu há cerca de um ano e meio, mas que os proprietários não informaram à Junta Comercial. No local, existem quatro máquinas de impressão.                                                                                                               Segundo o advogado, a gráfica tem capacidade de produzir mais de 1,5 milhão de santinhos por hora. Ele afirmou que as duas candidatas fizeram o material de campanha no local.                                                                             "Todo o dinheiro recebido teve notas fiscais emitidas, o material foi rodado e enviado com protocolo de entrega tanto aos endereços dos candidatos como também ao próprio comitê dos partidos que têm material de entrega recebido por funcionários respectivos", afirma o advogado.                                               Avelino afirma, ainda, que não sabe o porquê dos pagamentos terem sido realizados num período tão próximo das eleições.                                               "Não sei explicar o porquê elas [Mariana Nunes e Lourdes Paixão] pagaram em duas ou três parcelas perto das eleições, mas não é incomum outros candidatos chegarem à reta final da eleição e fazerem grandes pedidos de santinhos, praguinhas e adesivos", declara.                                                         Outros estados                                                       Na Bahia, Ana Cláudia da Silva Lima foi candidata a deputada federal pelo Democracia Cristã. As quatro candidatas do partido no estado são suspeitas de ter sido "laranjas". Ana recebeu 390 votos e gastou R$ 100 mil na campanha, verba do Fundo Partidário.                                                           Numa gráfica localizada na periferia de Salvador, Ana declarou ter gasto R$ 79,2 mil, quase 80% do valor total que recebeu. A empresa é a mesma que teria impresso material de campanha das outras três candidatas.                      Ana disse que assinou os cheques para pagamento da gráfica por orientação do partido e que o controle das contas de campanha era feito pelo diretório estadual. "Cada passo que dava, eu preenchia o cheque, passava, e lá ia sendo contabilizado", afirma.                                                                          No Ceará, outra candidata a deputada estadual do PSL gastou recursos recebidos pelo partido a dois dias da eleição. Gislani Maia recebeu R$ 150 mil da direção nacional do partido no dia 5 de outubro e, no mesmo dia, repassou quase R$ 143 mil para três gráficas, que confeccionaram 4,8 milhões de santinhos. O número de eleitores no estado não chega a 6,5 milhões e ela obteve 3.501 votos.                                                                         Gislani foi a única das 18 candidatas mulheres do PSL cearense a receber dinheiro do partido. Procurada pela TV Globo, ela não quis gravar entrevista.  O Jornal Nacional consultou os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e procuradorias dos estados para apurar onde há investigações em curso sobre "candidatos-laranja" ou outras irregularidades de campanha. Alguns não responderam.                                                                                     Ao todo, 11 estados têm investigações dos TREs ou das promotorias: Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Sergipe.                                                         Não há investigações no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul, no Pará, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. Santa Catarina e Amapá informaram que vão começar a investigar.                                                            São Paulo                                                                                                    Em São Paulo, o Ministério Público identificou ao menos 60 candidatas suspeitas de ter sido inscritas apenas para atingir a cota de candidaturas femininas e garantir o fundo eleitoral para os partidos. Os promotores investigam outras 42 candidatas, que precisam explicar os motivos pelos quais tiveram campanhas caras e quase não receberam votos.  Candidata a deputada estadual pelo PR, Aparecida dos Santos, conhecida como Bugra, recebeu R$ 595 mil do Fundo Partidário e teve 507 votos. Uma das suspeitas é de que os recursos atribuídos a candidatas como Bugra tenham sido usados para reforçar o caixa de outras campanhas do partido.                                                                                                                     De acordo com a promotora de Justiça Vera Lúcia Taberti, é possível que a verba destinada a mulheres acabe sendo utilizada para os candidatos homens.                                                                                                                   "Essa verba que é gasta com a propaganda masculina sai do dinheiro direcionado para as mulheres, não sai da verba do candidato. Ou seja, as mulheres ainda são usadas como cabo eleitoral e financiam parte da campanha masculina", afirma.                                                                                Quase metade do orçamento de Bugra foi gasta em uma gráfica, a mesma que o deputado federal Paulo Freire Costa usou em sua campanha. No muro da casa da candidata, há um cartaz dela ao lado do então candidato, que foi reeleito com mais de 100 mil votos.                                                                       Ainda segundo a promotora, primeiramente, é preciso analisar a justificativa das candidatas pelo mau desempenho nas eleições, mesmo tendo recebido altos valores de fundo partidário.                                    
Por G1 PE e TV Globo

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