Ainda assim, a Secretaria dos Transportes, que conduz a mudança na gestão Doria, diz que nenhuma área da cidade ficará sem atendimento e que haverá um aumento de 9% da rede de ruas e avenidas cobertas por ônibus.
A prefeitura promete ainda elevação de 10% na disponibilidade de assentos nos coletivos, devido à adoção de veículos maiores no sistema.
O plano faz parte da licitação para contratar novas empresas de ônibus, num contrato que pode chegar a R$ 66 bilhões no período de 20 anos.
Com a maior alteração na organização das linhas desde 2003, a concorrência é também aposta da gestão Doria para a reorganização da rede.
A prefeitura estima que a mudança nas linhas se inicie seis meses depois da assinatura dos contratos –que deveria ocorrer até julho, quando a atual contratação das viações termina e não poderia mais ser prorrogada.
Na prática, os passageiros só deverão sentir as mudanças a partir de 2019. A partir daí, a secretaria afirma que as alterações serão lentas e graduais, para facilitar a compreensão da população.
"A nova rede levará 30 meses para ser implementada. Existirão linhas em que nós vamos manter o serviço antigo e ao mesmo tempo iniciar o novo para que a população se adapte", disse o secretário Sérgio Avelleda (Transportes).
A mesma mudança na rede de ônibus de São Paulo já havia sido tentada pela gestão Fernando Haddad (PT), após os protestos de junho de 2013 por mudanças na mobilidade. O projeto, porém, ficou barrado no Tribunal de Contas do Município.
DÚVIDAS
Durante o processo de licitação, a principal dúvida da população enviada à prefeitura foi justamente sobre quais linhas seriam mantidas, alteradas ou eliminadas.
Em 28 de fevereiro, a gestão contabilizou que 92% das contribuições à minuta do edital tinham esse objetivo.
O ambiente de dúvidas gerou uma série de boatos e falsas informações nas redes sociais. Enquanto isso, a Secretaria de Transportes foi pressionada a dar maior transparência às mudanças, que constavam em uma extensa minuta do edital da licitação.
A publicação de dados de forma mais acessível ocorreu na sexta (2), três dias antes do fim da consulta pública.
NOVO MODELO
Hoje a capital paulista tem dois sistemas de ônibus. O primeiro, chamado de local, visa trajetos dentro dos bairros. O segundo, estrutural, abrange distâncias maiores entre regiões diferentes da cidade.
A nova organização deve incluir um terceiro sistema intermediário. Ele coletará passageiros nos bairros e os conectará com ônibus que cumprem distâncias maiores.
A prefeitura diz esperar mais agilidade com o novo sistema, mas os passageiros terão que fazer mais baldeações para cumprir trajetos que hoje fazem com uma só viagem. Com informações da Folhapress
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