De acordo com o presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, o movimento tem como objetivo paralisar os serviços ambulatoriais em postos de Saúde da Família e em Centros e Atendimento Psicossocial (Caps). Segundo o sindicato, a rede da capital pernambucana tem cerca de 1.500 médicos. Por dia, os postos de Saúde da Família atendem 5 mil pessoas.
Os médicos informaram que a paralisação foi deflagrada para cobrar à Prefeitura do Recife melhorias em cinco questões principais: segurança, salários, infraestrutura de unidades, readequação de pessoal, além de reposição de medicamentos.
Tadeu Calheiros disse que em 2017, a prefeitura não concedeu reajuste salarial à categoria. “Nós pedimos aumento de 6% ao ano, durante cada ano da atual gestão”, observou. O médico cobrou melhorias em algumas unidades. "Temos postos com mofo e infiltrações. E alguns funcionam em conteineres", acrescentou.
Ele ressaltou que outras reivindicações não foram atendidas pela administração municipal. “Fizemos cinco paralisações são longo dos últimos meses. Foram movimentos de 24 horas e até de cinco dias de suspensão. Faremos uma avaliação do movimento na próxima quinta-feira (25)”, comentou.Letícia Melo foi prejudicada pela greve dos médicos do Recife, nesta quinta-feira (18) (Foto: Wagner Sarmento/ TV Globo)
Prejudicados
Por causa da paralisação dos médicos, pacientes ficaram sem atendimento na manhã desta quinta-feira (18). O problema foi registrado por quem esteve no Centro de Saúde Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, na área central da capital.
A faxineira Letícia Melo estave na unidade e relatou que precisava marcar um exame para possibilitar a realização de uma cirurgia. "Disseram que estão em greve e que não vou poder fazer a marcação. Vou ter que juntar dinheiro para tentar atendimento particular", lamentou.
Luciana Almeida também foi afetada pela greve. "Tentei marcar um preventivo de câncer e deixei de trabalhar. Não tem ninguém aqui no posto e dissream que estão de greve", afirmou. Para ela, a situação é absurda. "A gente passa muito tempo esperando atendimento e fica sabendo que não vai ter médico, de surpresa", acrescentou.
Resposta
Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que realizou diversas reuniões de negociação com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e continua aberta ao diálogo. A administração municipal ressaltou que profissionais tiveram ganhos cerca de 10% acima da inflação, desde 2013.
A prefeitura disse, ainda, que foram nomeados 767 novos médicos no período. Com relação às condições de trabalho, a administraçao municipal informou que realizou, em cinco anos, R$ 200 milhões de investimentos nas unidades de saúde.
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