Para António Costa, estes dados da Direção Geral do Orçamento revelam "bons sinais", segundo os quais "não só houve uma boa gestão orçamental, como, sobretudo, se verificou que a economia portuguesa cresceu mais do que o otimismo do Governo previa que se crescesse em 2017".
"Estes dados demonstram que o défice desceu não por más razões, como, por exemplo, por cortes excessivos na despesa com cativações - algo que se perdeu tanto tempo a discutir -, ou por cortes que não existiram no Serviço Nacional de Saúde ou na escola pública", sustentou o líder do executivo.
Pelo contrário, de acordo com o primeiro-ministro, o défice reduziu-se mais em 2017 "porque a economia cresceu mais e por essa via aumentou a receita".
"Como o emprego cresceu mais também aumentaram as contribuições sociais. É designadamente pelo saldo da Segurança Social e pelo aumento das receitas fiscais em consequência da atividade económica que resulta o défice verificado em 2017. São duas boas notícias: Uma boa execução orçamental e um excelente desempenho da economia", acentuou António Costa.
Interrogado se o resultado estimado agora pelo Ministério das Finanças permite manter a estimativa em contabilidade nacional de um défice de 1,2% em 2017, o primeiro-ministro disse apenas que o resultado deixará o país "muito confortável em relação ao cumprimento dos objetivos orçamentais".
Num comunicado que antecede a divulgação da síntese de execução orçamental até novembro pela Direção-Geral de Orçamento, as Finanças dizem que para a redução do défice contribuiu a receita, que cresceu 3,8%, acima do crescimento de 1,6% da despesa.
O ministério liderado por Mário Centeno afirma que, pelo segundo ano consecutivo, "o Governo garante o cumprimento dos objetivos orçamentais estabelecidos no Orçamento do Estado" e que a "rigorosa execução orçamental" permite reduzir a peso da dívida pública no Produto Interno Bruto (PIB).
Por fim, o saldo primário (que exclui os encargos com a dívida pública) foi de 5.725 milhões de euros, uma melhoria de 1.677 milhões de euros face a 2016.
Os números divulgados pela DGO são apresentados em contabilidade pública, ou seja, têm em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa.
A meta do défice fixada é apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em contas nacionais, a ótica dos compromissos, que é a que conta para Bruxelas.
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