Foi no mês de fevereiro deste ano que a FDA anunciou que foi aprovado um teste de fase intermediário para a vacina chamada ‘Bacilo Calmette-Guerin’ (BCG), que tem como objetivo, agir contra o diabetes ou até mesmo curar a doença de forma definitiva. Os testes serão realizados em 150 adultos que estão em estágio avançado da doença, inicialmente para saber como a medicação age no corpo dos doentes a longo prazo.
A notícia que já está sendo comemorada pelo mundo todo, foi divulgada pela Dra. Denise Faustman, na 75ª Sessão Científica da Associação Americana de Diabetes. A médica atualmente é diretora e investigadora principal do Laboratório de Imunologia do hospital Geral de Massachusetts, que fica em Boston, nos Estados Unidos.

Como a vacina age

Segundo o que Denise disse em uma entrevista à ‘Reuters Health’, os efeitos da vacina são os de aumentar temporariamente os níveis de necrose tumoral – TNF, do organismo do paciente. Essa substância, tem como objetivo eliminar as ‘células T’ – causadora da diabetes, do sangue desses doentes. Essas células são muito prejudiciais para os diabéticos, em especial para os que são do tipo 1.
Um teste que foi feito de forma preliminar por um grupo de estudos de Faustman, descobriu que a vacina BCG, se administrada em pacientes com intervalos de quatro semanas entre cada dosagem, pode eliminar aos poucos as ‘células T’ do organismo dos diabéticos. Além disso, os pacientes testados, mostraram algumas evidencias de retorno temporário da secreção de insulina em seu organismo, outro fator positivo que pode indicar, quem sabe, uma possível cura.

Os testes e os resultados

Agora, como teste oficial, a médica decidiu inscrever pacientes com idades entre 18 e 60 anos para um estudo que vai começar a ser realizado e que deve durar cinco anos para ser concluído. Tais pacientes, são diabéticos em estágios baixos, mas que possuem uma certa detecção de secreção de insulina pelo pâncreas.
Durante os testes, os pacientes vão receber duas injeções de BCG ou placebo, por vez, com quatro semanas de intervalo entre as doses e em seguida, vão receber as mesmas vacinas anuais durante quatro anos.
Se tudo der certo e os testes forem bem-sucedidos, posteriormente, será realizado outro, maior e com mais pacientes, tudo para garantir a eficácia e segurança que a vacina pode oferecer. E de qualquer forma, é preciso um bom tempo de pesquisas, testes e estudos, para medir os efeitos que a medicação poderá oferecer a longo prazo.