Em Pernambuco, a contagem de ataques de tubarão começou a ser feita pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), há 25 anos, quando os casos passaram a ser mais recorrentes. As estatísticas do órgão apontam que desde o ano de 1992, 61 pessoas já foram vítimas dos ataques no litoral pernambucano. Dessas, 24 não resistiram aos ferimentos e morreram. O engenheiro de pesca e presidente do Instituto Propesca, Bruno Pantoja, diz que o aumento da presença de tubarões no litoral de Pernambuco é uma anomalia ambiental causada pelas intervenções do homem no ambiente marítimo. Ele explica que o caso de Arthur não é isolado e relembra do mês de dezembro de 2016, quando alguns pescadores da praia de Boa Viagem capturaram filhotes de tubarão na maré ainda seca e o mostraram.
"De uns anos pra cá a situação se tornou rotineira e perigosa para quem frequenta Boa Viagem, principalmente", disse o engenheiro. Para ele, uma série de fatores contribui para o alerta. Desmatamento, poluição e lançamento do esgoto sanitário no mar e destruição do mangue, além da construção do Porto de Suape, no litoral sul do estado, são as principais causas que atraem os animais ao litoral, segundo Bruno Pantoja.
O presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Clóvis Ramalho, discorda do pesquisador e diz não haver uma crescente dos ataques no litoral pernambucano. Ramalho disse não ter motivos para uma situação de pânico e informou que o caso do ataque ao surfista Arthur ainda será investigado. "Não há confirmação de que foi um filhote de tubarão que mordeu o jovem", falou.
"A presença dos tubarões no litoral pernambucano data do século 20 e já é muito antiga. Fazemos um trabalho de vigilância todos os dias com o Corpo de Bombeiros, mas, além disso, também temos parcerias com o centro de pesquisa da UFPE para ampliar nosso monitoramento em nosso litoral", disse Ramalho. Ele acrescentou também que não há confirmações científicas de que a construção do Porto de Suape tenha contribuído para o aparecimento dos animais na orla da Região Metropolitana do Recife (RMR). "Isso é especulação", argumentou.
Segurança na orla
Nenhum comentário
Postar um comentário