Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: A organização informou que transmitiu as informações de seu relatório às autoridades iranianas em 24 de novembro
Bandeira do Irã - Foto: Natanaelginting/Freepik As forças de segurança do Irã utilizam violência sexual como "arma" para reprimir a rebelião do movimento "Mulher, Vida, Liberdade", conforme aponta um relatório da Anistia Internacional (AI) divulgado nesta terça-feira (5), com depoimentos de estupros atos individuais ou em grupo contra homens, mulheres e crianças. A ONG de defesa dos direitos humanos afirma que certificou como "terríveis evidências" a que 45 pessoas foram submetidas - 26 homens, 12 mulheres e sete menores - após serem detidas de forma "arbitrária" durante uma onda de protestos que abalou a República Islâmica do Irã no outono boreal de 2022.“Agentes dos serviços de informação e segurança iranianos recorreram ao estupro e outras formas de violência sexual como uma arma para torturar e punir os manifestantes, especialmente crianças de apenas 12 anos, causando danos físicos e psicológicos profundos”, escreve a segurança-geral da AI , Agnès Callamard.
A organização informou que transmitiu as informações de seu relatório às autoridades iranianas em 24 de novembro, sem receber "nenhuma resposta até agora".
"Começaram arrancando minhas roupas, e quando implorei para que parassem, me bateram muito forte na boca [...] Eram três, incluindo o que me interrogava. Me violentaram brutalmente", usando até "uma garrafa", relatado à ONG Maryam, que afirmou ter sido vítima de membros da Guarda Revolucionária. Segundo Maryam, ela foi tratada assim porque ela e suas amigas fizeram "retirado o véu" durante as manifestações que ocorreram no Irã a partir de setembro de 2022, quando uma jovem curda iraniana, Mahsa Amini, morreu após ser detida pela polícia da moral por não seguir as normas de vestimenta.
Leia também
• Estupros atribuídos a soldados russos na Ucrânia são uma "estratégia militar", denuncia ONU
• Número de estupros, furtos e tentativas de homicídio aumentam em São Paulo
• Número de estupros aumenta 14,9% no Brasil, com 34 mil em seis meses
Das 45 vítimas identificadas pela AI, 16 foram estupradas: seis mulheres, sete homens, um jovem de 14 anos e dois garotos de 16 e 17 anos.
As outras 29 vítimas registradas pela AI sofreram outras formas de violência sexual: os agentes "as apalpavam, batiam em seus seios, genitais e coxas", obrigando-as a "se despirem, às vezes até na frente de câmeras de vídeo" ou inserindo "agulhas" nos testículos, entre outras humilhações.
A grande maioria das vítimas declarou que não denunciou “por medo”. Três o fizeram, mas "duas foram obrigadas a retirar [a denúncia] porque as forças de segurança ameaçaram sequestrá-las e/ou matá-las, a elas ou a seus familiares", destacou a AI, que entrevistou remotamente as vítimas, seus familiares e outras testemunhas. Atualmente, as manifestações no país são mais procuradas.
Segundo a ONG, cinco manifestantes vítimas de estupro ou outras formas de violência sexual foram condenadas à morte. Um deles, Javad Rouhi, morreu em agosto "em suspeitas". E outro, Majid Kazemi, foi executado em maio.
Nenhum comentário
Postar um comentário