ONU relata violência de gangues no Haiti

 Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: De janeiro de 2022 a outubro de 2023, pelo menos 1.694 pessoas foram mortas, feridas ou sequestradas

A violência de grupos criminosos que afetam Porto Príncipe está se espalhando para fora da capital do Haiti e atingindo áreas rurais que antes eram consideradas seguras, afirma um relatório da ONU divulgado nesta terça-feira (28).                                                                                                O relatório conjunto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) e da Missão Integrada da ONU no Haiti foca na região de Bas-Artibonite (centro), a cerca de 100 quilômetros da capital, que tem vivido um aumento significativo da violência de gangas nos últimos dois anos.

De janeiro de 2022 a outubro de 2023, pelo menos 1.694 pessoas foram mortas, feridas ou sequestradas nessa área, de acordo com o relatório, e os sequestros para pedir resgate "se criaram um medo constante para os usuários do transporte público".

Leia também

• Gangue que sequestrou estrangeiros no Haiti exige resgate de US$ 1 milhão por vítima

• Gato que foi tatuado por gangue em presídio do México é resgatado e adotado

• Membros da gangue são presos por assassinato de policiais em El Salvador

Em um contexto de “aumento impressionante da violência das gangues”, que já controlam 80% de Porto Príncipe, o relatório pede o “envio urgente” da missão de segurança multinacional liderada por Quênia e validada pelo Conselho de Segurança em outubro.

O relatório cita o exemplo de uma mulher de 22 anos capturada em um ônibus em março por uma gangue, espancada e violentada durante mais de duas semanas de cativeiro, e que faleceu pouco depois de ser libertada.                                                                                                        De acordo com a mesma fonte, os grupos criminosos saquearam “vilarejos rivais”, recorrendo especialmente à violência sexual contra mulheres e menores. Os abusos também incluem a destruição de propriedades, afirma a ONU.

"Eles roubaram casas, plantações e o gado dos agricultores, e destroem canais de agricultura", contribuindo para o deslocamento de "mais de 22 mil pessoas" de suas vilas, resultando na redução da área de terra cultivada e no aumento significativo da insegurança alimentar.

“A situação é catastrófica” no Haiti, enfatizou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, citado em um comunicado de sua instituição, destacando que a violência afeta especialmente os hospitais.

Segundo Türk, pelo menos 3.960 pessoas morreram, 1.432 feridas e 2.951 foram sequestradas este ano no Haiti em ações de grupos criminosos.