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Do ventilador de casa ao lençol na janela: em meio às ondas de calor, pacientes sofrem nos hospitais

27 de novembro de 2023

/ by visao surubim

 Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Sem ar-condicionado ou ventilação, cabe aos próprios doentes e acompanhantes amenizar o mal-estar

Pacientes sofrem com temperaturas altíssimas nos hospitais  - Foto: Freepik                                                                Diante das altas temperaturas causadas pela onda de calor no país, a falta de refrigeração dentro de hospitais públicos tem sido uma reclamação recorrente de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). As condições precárias de atendimento são denunciadas por pacientes de unidades de São PauloRioMinas Gerais Brasília, que relatam precisar levar ventiladores de casa e até suspensão de cirurgias.                                                      Na ala de espera do ambulatório do Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, até carteira de identidade virou abanador na tentativa de amenizar o calor. Os termômetros marcavam 32°C na sexta-feira, mas não havia nenhum ventilador ou ar condicionado para refrescar os pacientes que estavam no local.

A auxiliar Maria Erlaine Miranda fez uma cirurgia no fim de setembro e conta ter ficado internada em um quarto sem ventiladores após o procedimento:

— Passei um calor danado. Tinha que dormir com todas as janelas abertas, mas mesmo assim foi sofrido.

No corredor da tomografia, a caseira Emília Silva precisou procurar uma área mais arejada para aguardar o pai, Lourivaldo, de 84 anos, ser atendido. Ela o acompanha todos os meses em consultas e exames e diz que as altas temperaturas provocam incômodo:                                            — O único ar que vi estava desligado por conta de obra, então viemos para perto da janela.

O hospital passa por uma reforma no setor que acomodava o antigo pronto socorro e ambulatório justamente para modernizar a estrutura do prédio, inaugurado em 1984. Alguns dos locais que passam pela obra foram equipados com novos aparelhos de ar-condicionado, que ainda não estão funcionando. Além disso, o sistema de climatização do hospital se apoia em unidades centrais, mas, segundo funcionários e pacientes, nem sempre elas estão ligadas.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que o pronto socorro do hospital passa por revitalização e que nos trechos já concluídos os aparelhos foram instalados. A pasta acrescentou que comprou 20 equipamentos de climatização para o pronto-socorro e que a climatização já funciona na UTI, centros cirúrgicos e consultórios.
 

Em Guarulhos (SP), o calor extremo somado à falta de ar-condicionado causou a suspensão de cirurgias no Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso durante a primeira quinzena de novembro, segundo pacientes. O pior cenário relatado foi na internação infantil e na UTI neonatal, onde uma mãe fotografou um termômetro marcando 36°C. Segundo ela, que não quis ser identificada, os próprios funcionários passavam mal devido ao calor e “viviam suados”.                                        Improviso com lençol

A Secretaria de Saúde do município informou que, para suprir o problema no equipamento responsável pela refrigeração, foram alugados aparelhos de ar-condicionado, “disponibilizados para as áreas mais sensíveis, como a sala cirúrgica”. A secretaria acrescentou que atua para “restabelecer a normalidade” nos próximos dias.

Na falta de aparelhos de ventilação no centro de referência em doenças raras de Minas Gerais, mães de Belo Horizonte que acompanham os filhos no Hospital Infantil João Paulo II começaram a levar ventiladores e umidificadores de casa para diminuir o calor na unidade de internação. Segundo a direção do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência, ao qual pertence o hospital, “a unidade está providenciando alternativas para a climatização e conforto térmico dos setores com instalação de novos equipamentos”.

No Rio, os pacientes do Hospital Federal da Lagoa (HFL) também estão levando ventilador de casa para amenizar o desconforto. Uma delas é a doceira Andrea Teixeira de Carvalho, que faz acompanhamento oncológico na unidade:

— Não ter ar-condicionado para os pacientes em um calor desse é inacreditável. À tarde, as janelas ficam viradas para o sol e quem está internado coloca lençol para tampar.                                                              Referência no atendimento de média e alta complexidade, o hospital é vinculado ao Ministério da Saúde. Conforme dados do painel de preços do governo, o ministério investiu R$ 788,2 mil na compra de 308 aparelhos de ar condicionado e 90 ventiladores para hospitais federais de janeiro a setembro.

O Departamento de Gestão Hospitalar do ministério informou que um novo equipamento de ar-condicionado central foi instalado nesta semana. “Também está em andamento um processo licitatório para a compra de um novo equipamento para substituir permanentemente o antigo, que funcionava parcialmente por falta de manutenção adequada e periódica em gestões anteriores da unidade”, completou, em nota. Segundo a pasta, todos os hospitais federais do Rio contam com sistema de climatização.

  

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