Segundo o site https://www.folhape.com.br/noticias: Primeira enchente da história da comunidade aconteceu no mês de maio do ano passado; reflexos são sentidos até hoje
Sem poder apagar as marcas deixadas pela inundação que aconteceu em maio do ano passado, moradores do Conjunto Muribeca, no município do Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, se reuniram, na noite desta quinta-feira (13), para apresentar às autoridades um levantamento com as problemáticas ambientais da região. A ação é uma tentativa de prevenir a repetição de um episódio já conhecido.Moradores de bairros vizinhos como Portal dos Prazeres, Conjunto Brasil Novo, Jardim Muribeca, Nova Muribeca e Muribeca dos Guararapes se uniram à causa.
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No encontro, que contou com presença de representantes da prefeitura do Jaboatão dos Guararapes e da Defesa Civil, moradores apresentaram os problemas através de imagens aéreas feitas com auxílio de drones, e também pontuaram um mapealmento do curso do Rio Jaboatão, alertando para o perigo de que outra enchente ocorra e atinja a população.
Entre as irregularidades apontadas pelo grupo, estavam construções de empresas em cima do curso do rio.
Oficializando as queixas num documento endereçado às autoridades, a população cobrou à prefeitura, entre outros assuntos, estudos técnicos das obras realizadas no entorno dos canais da Mariana e Dois Carneiros, alvarás das obras de empresas no terreno que compreende os bairros, criação de um Plano de Adaptação e Monitoramento das Mudanças Climáticas e um trabalho de fiscalização nos prédios que jogam esgoto nas praias de Candeias e Piedade. Ao Governo de Pernambuco, as cobranças foram voltadas, principalmente, para que a criação da barragem do Engenho Pereira saia do papel, e que haja uma rotina de fiscalização contra crimes ambientais e obras da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) que despejam esgoto no mar das praias de Candeias e Barra de Jangada, nos trechos impróprios para banho.
Também foi solicitada pelo grupo a formação de uma comissão de trabalho com representantes dos dois órgãos e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), assim como a diminuição e/ou suspensão dos valores cobrados como Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) em áreas de risco. Limpezas de canais e canaletas e processos de urbanização e drenagem também foram apontados como necessários.
Foram acrescentados à lista um planejamento de construção de moradias para famílais que precisam deixar as áreas onde vivem, e o aumento para R$ 700 do pagamento do auxílio moradia.
Um dos populares envolvidos na organização do encontro foi Marcelo Trindade. Ele ressaltou a parceria com profissionais da engenharia no processo e resumiu o percurso pelo qual as águas do Rio Jaboatão correm. "Trabalhamos com a questão técnica e também com a questão social, temos que unir os dois. Chamamos pessoas capacitadas para profissionalizar. Com os voos de drones, onde monitoramos de uma forma mais forte, já vimos até Nova Prazeres, que é uma comunidade mais distante daqui. O rio passa pela BR-101 e passa por comportas até cair no mar. Em uma imagem, vimos que depois de quase oito horas do fim da chuva e com a maré já baixa, a água estava muito alta ainda. É assustador, porque a barragem não está pronta e os aterros continuam", disse.
O receio dele foi reforçado pela também moradora do Conjunto Muribeca, Rebeca Oliveira.
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