Blog Visão Surubim

Blog Visão Surubim
Contato 81-99509-4564

PF investiga desvio de R$ 10 milhões em verbas para educação; operação tem cinco afastados de função pública e 21 mandados

21 de setembro de 2022

/ by visao surubim

 Segundo o site https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia: Buscas ocorreram em Pernambuco, São Paulo, Roraima e no Maranhão. Também foi solicitado o bloqueio de bens e contas de pessoas e empresas investigadas.

PF cumpre mandados, nesta quarta-feira (21), dentro de operação que investiga desvio de verbas para educação — Foto: PF/Divulgação

Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta (21) a segunda fase da Operação Literatus, que apura o desvio de verba federal para a educação em fraudes em licitações para fornecer livros e kits escolares. Segundo os investigadores, são mais de R$ 10 milhões em prejuízos.

A Justiça Federal determinou o afastamento de cinco funcionários públicos       ligados aos órgãos investigados pelo prazo inicial de 90 dias, que poderá ser renovado. Também foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão para endereços em Pernambuco, São Paulo, Roraima e no Maranhão.

Foi solicitado ainda o bloqueio de bens e contas de pessoas e empresas investigadas para tentar recuperar a verba desviada. Devido a lei de abuso de autoridade, os cargos dos afastados e identidades dos alvos não foram        divulgados, segundo a PF.

“Ao longo das investigações, entre a primeira e a segunda fase, já foram          procedidas medidas de sequestro de bens para tentar recuperar o prejuízo de       mais de R$ 10 milhões. Boa parte desse prejuízo já foi recuperado”, declarou o delegado federal Daniel Silvestre (veja vídeo abaixo).

A operação é realizada junto com a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal (MPF).                                                                                Em Pernambuco, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão no           Recife, um em Surubim, no Agreste, e um em Alian, na Zona da Mata.               Também são cumpridos três mandados em São Luiz, três em São Paulo e dois em Boa Vista.

São investigados crimes como contratação direta indevida, peculato [desvio de recursos públicos], corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas desses crimes, somadas, podem chegar a 47 anos de prisão.

LEIA TAMBÉM:

De acordo com a PF, os investigadores identificaram irregularidades em                     processos administrativos que resultaram na "contratação direta indevida" de empresas pernambucanas por diversos órgãos públicos em todo o país, além            de indicativos de desvios de verbas utilizadas nessas compras.

Nas investigações, foi identificado que os empresários utilizaram a adesão a               atas de registro de preço efetuadas por autarquias federais de outros estados           para serem fornecedoras desses órgãos. A medida é considerada "um                   permissivo legal excepcional".

“Uma das principais irregularidades que a CGU detectou foi a adesão irregular         a atas de preço para aquisição de kits escolares e materiais didáticos. [...] O                 indício é que possa haver sobre preço da ordem de 39% pelo desconto que            era dado na aquisição desses kits", afirmou o superintendente da CGU no                    estado, José William Gomes da Silva.

A PF informou que análises de documentos colhidos na primeira fase da                 operação apontaram evidências de fraude em documentos desses processos administrativos "para demonstrar uma suposta vantagem na contratação direta              das empresas envolvidas".

Também foi identificada a "prática de sobrepreço em alguns contratos e até                  mesmo pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos e    intermediários", diz a PF.

É apurado, ainda, um possível direcionamento na liberação de recursos, por               parte do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, em 2018,                  para parcerias com outros órgãos públicos visando a contratação de                    empresas que integram a organização investigada.

O MPF afirmou que, segundo a investigação, as empresas do grupo                  empresarial investigado receberam aproximadamente R$ 154 milhões                     provenientes da Iniciativa 90 do Plano de Ações Articuladas (PAR) do FNDE,             o que corresponde a mais da metade do total gasto com a iniciativa.

Segundo a CGU, os contratos suspeitos foram suspensos. "A gente está investigando os contratos. Já identificamos conluio, direcionamento, empresas participando de uma competição forjada. A ideia é, com essa busca, é confirmar esses indícios já levantados pela CGU", declarou o superintendente da CGU.               

  

Empresas investigadas

Operação investiga desvio de verba federal para educação em Pernambuco
00:15/05:25

Operação investiga desvio de verba federal para educação em Pernambuco

Um grupo familiar formado por seis empresas do ramo de livraria e papelaria, indústria gráfica e material de informática e escritório é investigado por suspeita         de envolvimento nas fraudes. Em dezembro do ano passado, o g1 teve acesso decisões que autorizaram mandados de busca e apreensão, expedidos pela              Justiça Federal em Pernambuco (veja vídeo acima).

De acordo com as investigações, a Pontual Distribuidora LTDA seria a principal empresa beneficiada pelo esquema criminoso, que envolvia superfaturamento        na venda de livros e kits escolares a órgãos estaduais e municipais de                    Pernambuco. O inquérito também aponta "irregularidades na contratação e na execução de contratos firmados". Veja a lista completa das empresas                  investigadas.

Primeira fase da operação

A primeira fase da Operação foi deflagrada em 10 de dezembro de 2021, quando foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em Pernambuco, São              Paulo e no Rio Grande do Sul e apreendidos cerca de R$ 100 mil em espécie,          além de documentos e outros materiais.

São investigados desvios de verba federal do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Plano de Ações                Articuladas (PAR), com compras que ultrapassam R$ 44 milhões.

A operação foi deflagrada após a obtenção de dados na Operação Casa de                Papel, deflagrada em junho de 2020. Na ocasião, foi verificada a existência de envolvimento suspeito entre empresários investigados e as empresas                    fornecedoras de produtos para diversas secretarias de educação. 

Nenhum comentário

Postar um comentário

Don't Miss
© Todos os direitos reservados