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Satélite, aeronave, matemática e sonares: entenda as ações e os desafios na busca da origem das manchas de óleo no Nordeste

25 de outubro de 2019

/ by visao surubim
Segundo o site https://g1.globo.comConheça as expectativas e os problemas das ferramentas usadas para tentar descobrir a origem do óleo que já afeta mais de 200 localidades no Nordeste do país.
Monitoramento remoto, observação em campo, modelagens matemáticas, sonares e patrulha naval: de acordo com especialistas ouvidos pelo G1, diferentes medidas já são ou poderiam ser aplicadas para localizar a origem do óleo que está poluindo as praias do Nordeste.

Confira abaixo os principais aspectos de cada uma e, em seguida, o que está sendo feito em relação a essas opções:

Análise de imagens de satélites

Desde o dia 2 de setembro, técnicos do Instituto Nacional de Meio Ambiente (Ibama) monitoram imagens de satélite para tentar localizar a origem das manchas de óleo, que apareceram pela primeira vez em 30 de agosto, na Paraíba. As imagens captam uma área de 200 km por 200 km, segundo Pedro Bignelli, coordenador geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), do Ibama. Segundo ele, são quatro a cinco imagens analisadas por dia. No entanto as imagens não mostram a origem do óleo. Apesar disso, a análise segue sendo feita todos os dias.                                        
  • Expectativa: encontrar algum indício que delimite a área de buscas
  • Desafio: satélite só capta imagens na superfície da água, mas a densidade do óleo o coloca na subsuperfície, o que torna difícil a identificação de manchas antes de surgirem próximas à orla; há ainda baixa disponibilidade de imagens, sobretudo nas águas internacionais
    Rondinelle Oliveira, superintendente do Ibama no Rio Grande do Norte — Foto: Igor Jácome/G1

    Sobrevoos

    O Ibama disponibilizou um avião e dois helicópteros para que sejam feitos sobrevoos em busca da origem do óleo.
    • Expectativa: localizar manchas de óleo em alto mar que indiquem a origem do vazamento e ajudar a evitar que manchas perto da costa cheguem às praias
    • Desafio: o óleo viaja na subsuperfície e portanto as manchas só são visíveis quando chegam perto do litoral; entretanto, ao menos uma destas ações resultou na contenção da mancha antes de chegar ao litoral. O caso aconteceu em Pernambuco
  

Monitoramento de navios

No início do mês de outubro a Marinha do Brasil fez uma triagem das informações do tráfego mercante no Nordeste e notificou 30 navios-tanque de 10 diferentes bandeiras a prestarem esclarecimentos na investigação.
Foram analisados quase 1.100 navios-tanque que circularam entre 1º de agosto e 1º de setembro em uma área de 800 km de distância da costa brasileira, entre Sergipe e Rio Grande do Norte.
Segundo a Marinha, foram contatadas as autoridades competentes dos países de origem dos navios, com apoio da Organização Marítima Internacional e da Polícia Federal.
  • Expectativa: localizar navios suspeitos que poderiam estar envolvidos no vazamento
  • Desafio: grande quantidade de navios suspeitos e possível existência de embarcações ilegais, que não são monitoradas
    Equipes da Marinha, Defesa Civil, Ibama e de instituições estaduais trabalham para conter óleo que apareceu nas praias pernambucanas — Foto: Marina Meireles/G1

    Patrulhamento naval e 'aviso aos navegantes'

    De acordo com a Marinha, já foram usados 16 navios no patrulhamento das águas. Outra ação foi a divulgação do 'Aviso aos Navegantes', um documento em que a Marinha solicita a marinheiros e tripulantes que reportem qualquer informação sob suspeita.
    • Expectativa: encontrar pista que leve à localização da origem do óleo
    • Desafio: patrulhar a costa, que tem mais de 2 mil quilômetros de extensão, com 16 navios; conseguir informação de qualidade por meio do informe

    Rastreamento com sonar

    Identificar a origem do óleo por meio do rastreamento com sonar – equipamento que emite ondas sonoras e pode ajuda a localizar objetos no fundo do mar – ainda não é uma alternativa viável, de acordo com especialistas ouvidos pelo G1Em nota, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) afirmou que o sonar é uma boa alternativa quando a área já está delimitada, o que não é o caso em relação às manchas de óleo que estão aparecendo no Nordeste. "Os equipamentos com sonar são úteis para     identificar um vazamento, por exemplo, se você já tem uma ideia da origem, mas não são úteis quando a área de rastreamento é enorme", afirmou. "Isso seria muito lento".

    Esta é a mesma dificuldade apontada pelo Cenima. A hipótese de que o óleo está vindo do alto mar ainda não pode ser comprovada devido à abrangência  da área de rastreamento. “É praticamente todo o Nordeste”, diz Bignelli. “Estamos concentrando todos os esforços para localizar a fonte ou ao menos para localizar uma mancha. Quando a encontrarmos em alto mar,  delimitaremos a área e, a partir dali pra frente, a Marinha poderia entrar com um sonar”, afirma Bignelli.

    Expectativa: encontrar um suposto navio de onde poderia estar vazando o óleo (a hipótese não é a única e nem mesmo definida) ou manchas em deslocamento em alto mar
    Desafio: grande área de rastreamento
    Análises laboratoriais
    Exames em laboratório feitos verificaram a origem do óleo encontrado nas praias brasileiras. Uma análise da UFBA concluiu que o óleo é da Venezuela.  Os exames feitos pela Petrobras no Cenpes teriam chegado à mesma conclusão mas, oficialmente, a empresa diz apenas que o óleo não é produzido pela companhia. Apesar disso, a indicação da nacionalidade do óleo não deu indícios de onde pode ter ocorrido o derramamento.
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  • Expectativa: localizar a origem do vazamento
  • Desafio: a nacionalidade da substância não revela necessariamente onde ocorreu o vazamentoProfessor Ronaldo Gonçalves analisa amostra de petróleo cru em laboratório — Foto: Divulgação/Centro Universitário FEI

    Modelagem matemática

    Diversas universidades têm feito estudos de correntes marítimas para tentar apontar hipóteses da origem do óleo. Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criaram um modelo reverso que parte dos locais onde as manchas foram encontradas para rastrear a possível origem do óleo. Com a ajuda desse registro reverso, eles conseguiram estimar a atuação de correntes marinhas no Atlântico e chegaram ao possível ponto de origem a 700km do litoral de Sergipe e Alagoas.
    Além da UFRJ, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a           Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade           Federal da Bahia (UFBA) também realizam pesquisas sobre o local de vazamento.                          De acordo com o Cenima, aviões do Ibama estão sobrevoando as áreas indicadas por pesquisadores das universidades para checar as hipóteses levantadas.
    • Expectativa: delimitar as áreas de busca de acordo com o surgimento das manchas na costa
    • Desafio: as hipóteses ainda não foram confirmadas devido à grande área   de rastreamento, segundo Pedro Bignelli, coordenador geral do Cenima
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