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Cantora gospel é condenada a 21 anos pela morte do marido

7 de abril de 2019

/ by visao surubim
Segundo o site https://www.jmnoticia.com.br:
Corpo de guarda municipal foi encontrado carbonizado em setembro de 2013; defesa já recorreu da decisão e ela continua respondendo ao crime em liberdade.
O Tribunal do Júri condenou a 21 anos de prisão a cantora gospel Tania Regina Levy
, acusada de matar o marido em setembro de 2013 em São Pedro (SP). O julgamento ocorreu até o fim da noite de quinta-feira (4), durando cerca de 14 horas. A defesa já recorreu da decisão e ela continua respondendo ao crime em liberdade. O novo julgamento ainda não tem data para acontecer.                                                                      
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Tania foi condenada à pena de 21 anos, 7 meses e seis dias de reclusão, inicialmente no regime fechado. Como ela já respondia ao crime em liberdade, o juiz concedeu que ela aguarde o trânsito em julgado sem ir para a prisão.
Tania chegou ao fórum por volta de 9h na quinta-feira e a audiência de julgamento começou às 10h20. Foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e outras três de defesa. Em seguida, a cantora deu o depoimento dela.
Acusada de matar o marido, cantora Tania Levy chega ao Forum de São Pedro para julgamento — Foto: Ronaldo Oliveira/EPTV                            
Durante a tarde e noite, a promotoria e a defesa fizeram sustentação oral. Ao fim das falas, os jurados se reuniram para decidir. Dos sete, quatro eram mulheres e três homens.
O julgamento foi presidido pelo juiz da 1ª Vara de Justiça de São Pedro, Luis Carlos Maeyama Martins, responsável por calcular a sentença de Tania.
No início do julgamento, o advogado da cantora, José Oscar Silveira Júnior, afirmou que ela é inocente e que há falhas na investigação e no processo.
“Há muitas evidências, fornecidas inclusive pela Tania, de outras pessoas que poderiam ter participado desse homicídio. Não foram empreendidas diligências pelas autoridades policiais de forma que fossem esclarecidas de uma maneira mais firme”, disse.
Tania respondeu por homicídio qualificado porque, segundo o Ministério Público (MP), teve a ajuda de uma pessoa não identificada para cometer o crime planejado, o que dificultou a defesa da vítima.

O caso

O corpo do guarda municipal Eliel Silveira Levy foi encontrado em um porta-malas de um carro incendiado na zona rural de São Pedro, em 16 de setembro de 2013. O desaparecimento do casal havia sido comunicado pelo irmão no mesmo dia.
A perícia apreendeu no veículo um carregador de pistola, um distintivo e partes de instrumentos musicais. O homem também era músico. A cantora foi à polícia no final de 2013 para prestar depoimento após o laudo da perícia identificar o corpo carbonizado como sendo do guarda municipal.
A suspeita da polícia de que Tania estaria envolvida na morte do marido surgiu logo depois que o corpo do guarda foi encontrado. Ela teria matado ele depois de descobrir uma relação extraconjugal.
Após quase dois anos de investigação, a cantora foi presa em julho de 2015. Ela conseguiu habeas corpus e deixou a penitenciária dois meses depois, quando passou a responder pelo crime em liberdade.
Ao deixar a penitenciária, Tania Levy falou com o G1 acompanhada da advogada. À época, ela se declarou inocente do crime e disse que viu “a mão de Deus” durante o tempo em que ficou presa, se aproximando mais da vida religiosa. Ela admitiu que sabia da traição do marido, mas afirmou que o havia perdoado.

Acusação de homicídio qualificado

A denúncia do Ministério Público afirmava que, na madrugada do dia 16 de setembro de 2013, Tania seguiu para o imóvel onde Levy morava, na Rua Esplanada de Cristo, no bairro Novo Horizonte em São Pedro, acompanhada de uma pessoa não identificada. Eles teriam matado o guarda no local.
       
Depois do crime, os dois teriam seguido para a Estrada Vicinal Alto da Serra, na zona rural de São Pedro, onde colocaram fogo no corpo da vítima. Ela ainda teria tentado limpar a casa para esconder provas do crime, segundo a acusação.
De acordo com a denúncia, no dia do desaparecimento do guarda, o irmão de Levy seguiu acompanhado da polícia para a casa do guarda, onde viu marcas de sangue no chão como se uma pessoa tivesse sido arrastada. Ele relatou ainda que o casal tinha brigas constantes e que ele já havia sido ameaçado de morte pela cantora.
A perícia foi acionada e localizou manchas de sangue na porta de entrada da cozinha e respingos de sangue em algumas garrafas. Com o uso de luminol, também foram encontrados indícios de sangue pelo imóvel, que o autor do crime tentou limpar.
Em depoimento, Tania negou ter matado o marido e afirmou que estava na casa do pai no dia do crime, em Sarapuí (SP). Ela relatou que os dois foram casados por 15 anos, e após passarem um mês separados, voltaram a morar juntos na época do crime.
Ainda segundo a denúncia, Tania afirma que o marido já havia se envolvido com falsificação de documentos e estelionatos, junto com o irmão, e que já havia sido preso por duas vezes. Na época do homicídio, o guarda teria contado a ela que estava sendo ameaçado por um homem que tinha comprado um carro da vítima, por dificuldades de transferir o veículo.
Pelas contradições no depoimento da cantora à polícia e também a partir do resultado dos laudos do Instituto Médico Legal, ela foi denunciada pelo homicídio do guarda municipal.
 (Com G1)
  

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