Dois anos antes, a mulher havia sido condenada por matar quatro cães e 33 gatos. Inicialmente, recebeu uma pena de 12 anos, mas a prisão acabou revogada à época. No ano passado, além da decretação da prisão, ela teve a pena aumentada para 16 anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto.
Foi a primeira vez que uma pessoa acabou condenada à prisão por maus tratos e mortes de animais no Brasil. Anteriormente, em outros casos similares, a Justiça havia aplicado multas e prestação de serviços comunitários aos condenados.
Os corpos dos 37 pets tinham sido encontrados por um detetive particular contratado por uma ONG de protetores de animais em janeiro de 2012. Eles estavam em cinco sacos plásticos de lixo na frente da casa onde ela morava. O local era usado para receber, abrigar e encaminhar os bichos abandonados para adoção.
O G1 não conseguiu localizar a defesa de Dalva para comentar o assunto nesta sexta-feira (9). Mas ela sempre negou o crime contra a fauna, do qual foi acusada pelo MP. Alegava que recebia os animais doentes, em fase terminal, e, quando não conseguia cuidar deles, os sacrificava para acabar com o sofrimento deles.
Condenação
Veja abaixo vídeo da reportagem da Globo News sobre a inédita condenação de Dalva à prisão por maus tratos e mortes de animais em 2015: Mesmo não sendo veterinária, a mulher admitiu que aplicava uma injeção letal a base de anestésicos no coração dos cães e gatos, que morriam em seguida. A perícia constatou que os animais tinham sofrido maus tratos, como lesões e hematomas causados por instrumentos perfurantes. O laudo concluiu que eles não tiveram morte natural.
A prisão de Dalva, que tem 48 anos, ocorreu em 1º de fevereiro na Vila Mariana. Um gerente de banco teria reconhecido a mulher de reportagens que tinha visto na TV. Em seguida, acionou a Polícia Militar (PM), que foi até a agência e prendeu a condenada.
Ela foi encaminhada para a carceragem do 89º Distrito Policial (DP), no Portal do Morumbi, também na região Sul da cidade. A mulher aguarda a definição da unidade prisional onde será levada para o cumprimento da pena.Nas marcações: cão é flagrado por detetive particular; ele teria tomado remédio e em seguida morrido, sendo levado por Dalva para fora da casa dentro de um saco plástico (Foto: Arquivo/Globo News)Casa onde Dalva Lina da Silva abrigava animais chegou a ser pichadas e teve o portão destruído por pessoas que se revoltaram com as mortes dos animais: 'assassina' e 'justiça' (Foto: Arquivo/GloboNews)
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