Baseado em dados oficiais e dezenas de estudos científicos publicados nos últimos anos — e não em achismos ou preconceitos —o autor afirma que espalhar o medo é a principal arma da indústria dos orgânicos para ganhar mercado. “Se não existisse um vilão, os consumidores não topariam pagar até 300% a mais por esses alimentos, que no fim das contas são idênticos”, diz.
O jornalista afirma ainda que apesar das promessas feitas pelos defensores dos orgânicos, como a de que poderiam alimentar o mundo apenas com alimentos cultivados de forma natural, a produção atual desses produtos não seria suficiente nem para abastecer a cidade de São Paulo por muito tempo. Atualmente, o segmento representa menos de 1% das vendas no mercado brasileiro. Mesmo em países ricos e desenvolvidos, como a Dinamarca, o share de mercado dos orgânicos não chega a 8%.
No Brasil, os riscos em torno dos alimentos orgânicos também são ignorados. Por serem cultivados sem qualquer tipo de tratamento químico, esses produtos estão sujeitos à ação de microorganismos que podem causar intoxicações nos humanos. Um exemplo real aconteceu na Alemanha, em 2011, quando um surto da bactéria E. coli em brotos de feijão orgânicos causaram mais de 2 mil casos de intoxicação e pelo menos 35 mortes.
No livro, baseado em depoimentos de mais de 50 especialistas no assunto, o jornalista provoca: “Esqueça o noticiário e responda rápido: você conhece, ou ao menos já ouviu falar, de alguém que tenha ido a um hospital por ingestão de resíduos de agrotóxicos em alimentos convencionais? Mesmo que seja um primo do irmão do amigo do vizinho? Aposto que não.”
O mundo, portanto, não pode abrir mão dos agroquímicos – e Nicholas Vital mostra por quê. Sem medo de provocar uma minoria barulhenta, ele lembra que a relação custo-benefício faz com que 99% dos consumidores no Brasil optem pelos alimentos convencionais.
SERVIÇO:
AGRADEÇA AOS AGROTÓXICOS POR ESTAR VIVO
Nicholas Vital
252 páginas
R$ 39,90
Lançamento Oficial: 18 de julho
Sobre Nicholas Vital:
É jornalista com passagens por algumas das maiores revistas de economia e negócios do Brasil, como Exame e Isto É Dinheiro. Venceu o Prêmio Abril de Jornalismo na categoria Economia em 2012 e ficou entre os finalistas na mesma categoria em 2011.
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