De acordo com a Istoé, o governador de Pernambuco e o prefeito reeleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e ainda o senador Fernando Bezerra (PSB), estão sendo investigados sob suspeita de participação no superfaturamento e irregularidades da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. O estádio foi construído pela empreiteira Odebrecht.
Segundo a revista, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, emitiu um despacho no último dia 3, ao ministro do STF Teori Zavascki, pedindo que se mantenha o inquérito sobre os socialistas. A demanda faz parte da Operação Fairplay, deflagrada pela Polícia Federal (PF), em Pernambuco.
Para o Supremo, o caso seria um desdobramento da Lava Jato, uma vez que foi constatados indícios do envolvimento de autoridades com foro privilegiado. Câmara teria foro privilegiado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para Janot, há “indícios de irregularidades na atuação de dois núcleos, um econômico, formado por Andrade Gutierrez e Odebrecht, além de outras empresas; e um político, composto pelos então integrantes do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco”.
A partir de um relatório da Polícia Federal, Janot cita suspeitas em pagamentos feitos a esses políticos via doações oficiais da Odebrecht e da empresa Projetec, responsável por conceber e fornecer projetos de engenharia ao Governo do Estado.
A empresa, localizada em Boa Viagem, tem como sócios os engenheiros João Recena, André Luiz Leitão e Luiz Alberto Teixeira e já realizou projetos como do novo plano de Diretor de Suape e da ferrovia Transnordestina. Entre os principais clientes, estão a Odebrecht, Petrobras, Queiroz Galvão, Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Pernambuco (DER), Empresa de Urbanização do Recife (URB), Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (Suape) e outros.
Paulo Câmara teria recebido R$ 200 mil da Odebrecht para sua campanha a governador em 2014. Fernando Bezerra recebeu R$ 50 mil da Odebrecht e R$ 50 mil da Projetec. No nome de Geraldo Julio não aparece nenhuma doação.
O socialistas integram o comitê e, nele, formataram a licitação que teve a Odebrecht como vencedora. “A construção da obra não teria ocorrido sem a colaboração dos agentes políticos que, primeiramente, autorizaram a construtora Odebrecht a realizar estudos preliminares e e elaborar o projeto básico da obra, sem a realização de qualquer procedimento de licitação”, diz relatório da PF transcrito por Janot.
Perícias feitas na investigação apontam um superfaturamento de ao menos R$ 42 milhões, segundo relatório da Polícia Federal. A investigação também aponta restrição da competitividade da licitação, com favorecimento da Odebrecht.
No despacho, Janot determina à PF a realização de uma nova perícia contábil para apurar o dano ao erário proveniente dos contratos e o depoimento de quatro colaboradores, sendo dois da Odebrecht e dois da Andrade Gutierrez. O nome do deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) também aparece na lista.
Com informações da revista Istoé
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