Segundo o site https://g1.globo.com/pe/pernambuco: Na tarde desta terça (18), Polícia Federal informou que Operação Além Mar apreendeu 55 veículos, três helicópteros, duas aeronaves, três embarcações, além de dinheiro.A Polícia Federal atualizou, na tarde desta terça (18), a quantidade de prisões e de bens apreendidos pela Operação Além Mar, deflagrada em 12 estados e no Distrito Federal, para investigar tráfico internacional de drogas. Ao todo, os agentes prenderam 33 pessoas e apreenderam 55 veículos. Também estão na lista três helicópteros, três embarcações e duas aeronaves Ainda segundo a PF, a operação recolheu 52 HDS, 74 celulares, R$ 361 mil. O valor é a soma de quantias apreendidas em vários estados. Ao todo, foram cumpridos todos os 139 mandados de busca e apreensão.
A Justiça expediu 50 mandados de prisão. Nesta terça, as prisões e apreensões ocorreram nos seguintes estados (AL, BA, CE, GO, MS, PA, PB, PE, PR, RN, SC e SP) e no Distrito Federal. Em Pernambuco, nove prisões tinha sido efetuadas até o fim da tarde.
Com mandados expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco,a PF tinha apreendido, até as 11h, 46 veículos, três embarcações e oito aeronaves. Os aviões e helicópteros estavam nos estados de São Paulo, Pará, Pernambuco e no Distrito Federal.
Desde o início das investigações, em 2018, cerca de 11 toneladas de cocaína. A quantidade equivale a mais de 10% do total de 104,5 toneladas de cocaína interceptada por agentes da PF no ano passado em todo o país, somando diferentes ações e grupos criminosos Ao todo, quatro organizações criminosas participavam do esquema alvo da operação desta terça. Os grupos transportavam a droga por meios rodoviários, aéreos e marítimos. (Entenda abaixo como esquema funcionava e qual era a função de cada grupo) Antes de a operação ser deflagrada nesta terça, já haviam sido feitas prisões e apreensões de drogas em municípios dos estados Alagoas, São Paulo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e no porto de Rotterdam, na Holanda. Também nesta terça, a Justiça Federal em Pernambuco determinou o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais ligados aos investigados. Também foi ordenado o bloqueio judicial do valor de R$100 milhões.
Criminosos trocaram aviões por helicópteros
A primeira fase de atuação dos grupos criminosos ocorria com o transporte de cocaína pela fronteira entre Brasil e Paraguai, nas cidades de Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero, por meio de helicópteros.
Segundo a PF, diferentemente de outros esquemas de tráfico, que utilizam aviões privados e se submetem a toda a fiscalização do espaço aéreo brasileiro, a organização partiu para o uso de helicópteros, que são menos suscetíveis a esse sistema de fiscalização, mas tem menos autonomia do que os aviões.
Com a necessidade frequente de abastecimento, os helicópteros saíam de São Paulo e paravam para abastecimento na região do município de Teodoro Sampaio (SP). Depois, seguiam viagem rumo a fronteira paraguaia. Lá, era carregada a droga, o veículo era reabastecido e voltava para São Paulo para descarregar a droga.
Ao chegar à capital paulista, a cocaína era colocada em compartimentos preparados antecipadamente para que fosse ocultada. Em seguida, o transporte ocorria por meio de caminhões para a região de embarque marítimo. Isso ocorria na região Nordeste, mas também houve transporte para a região Norte, de acordo com a PF.. A droga era levada, segundo a PF, escondida junto à mercadoria que estava dentro dos contêineres. A PF disse que a quadrilha também fazia a colocação e retirada rápida da droga, que fica localizada na porta do contêiner. Nessa segunda técnica, muitas vezes o contêiner é retirado ainda no mar.
Cada grupo criminoso tinha uma função
Das quatro organizações criminosas que participavam do esquema, duas delas, de São Paulo, eram responsáveis pelo transporte da droga do Paraguai para o Brasil, feito por via aérea, e também para outros estados e para o exterior
A terceira organização, em Pernambuco, era responsável pelo distribuição da droga pelo território nacional, por via terrestre, transportando-a para os portos de onde elas seriam levadas para o exterior.
A PF esclareceu que são empresários, funcionários, motoristas do setor de transporte de carga que se passam perante a sociedade como empresários, mas que estão viabilizando o tráfico internacional de cocaína. Uma quarta organização que ficava no Brás, na capital paulista, cuidavas das finanças. Segundo as investigações, esse grupo movimentava dinheiro do tráfico em contas bancárias de empresas de fachada. Os dólares obtidos com a venda no exterior eram repatriados de forma paralela, sem conhecimento das autoridades, e os valores em espécie eram repassados aos traficantes no Brasil.
Esse último grupo funcionava como um banco clandestino, que disponibilizava uma rede de contas bancárias para a movimentação dos recursos que tinham origem ilícita. "Essa organização se vale de várias contas abertas em nome de pessoas jurídicas, que disponibilizam essas contas mediante remuneração", explicou.
Não há um endereço específico dos bancos, mas, de acordo com a PF, o esquema de movimentação financeira ocorria em ruas como a Oriente e a 25 de março, no Brás.
"Essa organização também oferecia um serviço que chamamos de 'dólar cabo', quando o pagamento pela droga é feito na Europa e a organização entrega o dinheiro no Brasil, sem uma operação de câmbio", disse a delegada.
Organizações
O homem apontado pela PF como responsável pela primeira organização criminosa, Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, conhecido como "Minotauro", foi preso pela PF em 2019.
Ainda de acordo com a PF, os comparsas dele continuaram na atuação.A organização internava cinco toneladas de cocaína por mês. Na segunda organização criminosa, a PF apontou Romilton Queiroz Hosi como o responsável. Ele era foragido, procurado há dez anos pela Polícia Federal e pela polícia do Reino Unido. No curso das investigações, a PF conseguiu prendê-lo em 2019.
Na terceira organização, segundo a PF, não havia uma única pessoa à frente do setor de transportes. Havia uma rotatividade grande de empresários. Um dos presos em pernambuco era um piloto. Os demais eram empresários.
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