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Estudo aponta que bactéria presente na água agrava casos de microcefalia causados pelo zika vírus

5 de setembro de 2019

/ by visao surubim
Segundo o site https://www.merecedestaque.comO vírus zika atingiu 144 mil pessoas em todo o Brasil, incluindo 12 mil mulheres grávidas.
Pesquisas mostraram que a doença também causou mais de 3 mil casos de mal formação em bebês que nasceram de mulheres que tiveram a doença durante a gravidez. Um estudo realizado no interior de Pernambuco e no Rio de Janeiro apontam uma relação entre os casos de microcefalia associados ao vírus e toxinas presentes na água.


A investigação da possível relação entre o vírus da zika com a mal formação teve início após ser realizada uma análise de um caso ocorrido em 1996 conhecido como "Tragédia da Hemodiálise", que deixou 60 mortos em Caruaru, no Agreste pernambucano.

Há 23 anos, a vida de 126 famílias de Caruaru e de municípios vizinhos foi marcada pela tragédia. A qualidade da água usada na filtragem do sangue dos pacientes foi apontada como a causa das 60 mortes. A conclusão foi que as pessoas foram intoxicadas pela microcistina, liberadas pelas cianobactérias, conforme informou a Secretaria de Saúde de Pernambuco.

"Não é exclusividade do Brasil, tem cianobactérias no mundo inteiro. Agora elas aparecem mais nos locais onde tem um tratamento de esgoto, porque o esgoto é rico em nutrientes e esses nutrientes funcionam como fertilizantes", disse o biólogo Renato Molica, que dá aulas na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), campus Garanhuns.

A suspeita da relação entre a microcefalia causada pela zika e a bactéria presente na água foi testada em um laboratório do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Neste caso, a toxina analisada foi a saxitoxina, que também é produzida por cianobactérias.

Durante a pesquisa, cobaias grávidas foram infectadas com o vírus da zika e algumas fêmeas também tomaram água com uma quantidade de toxina. Em todos os casos, os filhotes nascidos mostraram problemas de mal formação, mas as fêmeas que tomaram a água contaminada tiveram crias com casos muito mais graves de microcefalia.

A epidemia de zika de 2016 coincidiu com a maior seca que atingiu o Nordeste nos últimos 100 anos. Com isso, a água nos reservatórios nordestinos diminuiu. A pouca água nas barragens resultou em uma maior concentração de toxinas.

Segundo Renato Molica, a presença de cianobactérias nos reservatórios de água do Nordeste é comum por causa de problemas causados pela falta de saneamento. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, na região apenas 26,87% da população tem coleta de esgoto.

"O que era seguro para consumo da água hoje em dia potencializa a ação de um vírus", Renato Molica.

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), responsável pelo tratamento da água no estado, diz que segue os padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde e que desde o caso da hemodiálise fornece água à população dentro dos limites exigidos de toxinas.

O Ministério da Saúde afirma que o resultado da pesquisa com camundongos não pode ser relacionado a efeitos em humanos. E classificou a quantidade de toxinas aplicadas nas cobaias como "extremamente altas".

Fonte: G1

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