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Juiz de Fora forma mulheres combatentes do Exército

1 de dezembro de 2018

/ by visao surubim
Segundo o site https://tribunademinas.com.br:
Futuras sargentos vieram de diversas regiões do país e irão atuar na linha de frente
Foi finalizada, nesta sexta-feira (30), a etapa inicial do Curso de Formação de Sargentos do Exército Brasileiro, que forma nova turma de mulheres combatentes da instituição, que irão atuar na linha bélica de frente de combate
. Juiz de Fora é a única cidade do país a receber as alunas em sua formação básica, feita no 4º Grupo de Artilharia Leve (4º GACL) e no 10º Batalhão de Infantaria Leve (10º BIL). Foram cerca de 100 mulheres formadas este ano na cidade. As futuras sargentos seguem agora para a Escola de Sargentos de Logística (EsSLog), no Rio de Janeiro, ou para o Centro de Instrução de Aviação do Exército (Ciavex), em Taubaté (SP). Para os homens, há uma terceira opção, a Escola de Sargentos das Armas (EsSA), em Três Corações (MG). Ao término de 2019, essas sargentos estarão à frente de pequenas frações na tropa, como combatentes do Exército Brasileiro na área de logística, como intendência, manutenção de comunicações, topografia, manutenção de armamento, mecânico de viatura e mecânico operador.                                                                              
A Tribuna acompanhou parte da formação da turma que, entre outras atividades, realizou exercícios de longa duração, com cindo dias de treinamentos exaustivos. Os objetivos do curso são iniciar a formação do caráter militar, criação de hábitos adequados à vida militar, aquisição de conhecimentos militares, obtenção de reflexos na execução de técnicas e táticas individuais de combate e desenvolvimento da capacidade física. Neste ano, o 10º BIL recebeu, pela primeira vez, as mulheres. Já no 4º GACL, é a segunda turma feminina a se formar. Para o comandante da unidade, coronel Marcelo Brun, a avaliação é, mais uma vez, positiva. “Tivemos o privilégio de formar aqui a segunda turma com mulheres. Desta vez, elas vieram muito mais bem preparadas fisicamente, ano passado, houve uma dificuldade bem maior nesta questão física, este ano não vimos isto. Elas superaram de forma exemplar as dificuldades. A turma como um todo se saiu muito bem, está pronta para encarar os desafios que irá encontrar no seu segundo e último ano de formação”, disse.
No 4º GACL, foram 70 formandos, sendo 49 mulheres. Ao entrarem no pátio da unidade militar, a emoção tomou conta de todos os presentes. A cerimônia foi acompanhada por autoridades civis e militares e familiares dos formandos. As mulheres, mais uma vez, tomaram lugar de destaque. A presença delas é notada já na entoação do Hino Nacional, já que as vozes femininas são as mais percebidas. A situação é inédita no Exército Brasileiro, que tem seu contingente formado na maioria por homens. Entre os formandos, duas jovens receberam homenagens por terem se destacado. A aluna Rosiane Rodrigues da Silva, por sua aptidão física, e Ana Carolina da Silva Fernandes, destaque em seu pelotão. Ao fim do evento, os formandos cruzaram pela última vez o Portão das Armas, na entrada da unidade militar, mesmo lugar por onde passam ao iniciarem a formação.  
A turma foi formada por jovens de várias regiões do país. Uma das formandas veio de Pernambuco, Yasmin Heloísa, 20 anos, é de uma família militar. Seu sonho sempre foi servir o Exército. Para ela, o que vai levar para a vida deste primeiro ano de formação é a certeza de que consegue vencer qualquer desafio e também a importância do espírito de companheirismo. Natural da capital Fluminense, Quezia Quintanilha, 22, segue agora para a Escola de Sargentos de Logística (EsSLog), ela vai estudar a área de topografia. “É um dia de muita emoção hoje, passei aqui coisas que jamais imaginei que fosse conseguir vencer. Nós mulheres ainda temos muita coisa para conquistar dentro do Exército, como ser das armas de infantaria e artilharia, e tenho certeza que iremos conseguir. As portas estão abertas para nós. Muita gente ainda duvida da nossa capacidade, quando falo que sou militar, perguntam se vou pro campo, se faço as mesmas atividades que os homens, quando digo que sim, se assustam. É muito bom poder mostrar que somos capazes, é a realização de um sonho”.

Inserção feminina sem distinção
No Exército Brasileiro, assim como nas demais Forças Armadas, o tratamento dispensado a homens e mulheres não tem distinção, com igualdade de direitos e obrigações. Ao contrário das profissões civis, não há diferenciação de gênero com relação ao tempo de serviço para a reserva remunerada. A participação de mulheres no Exército Brasileiro tem precedentes. Em 1823, Maria Quitéria de Jesus lutou ao lado de outros militares pela manutenção da independência do Brasil. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), 73 enfermeiras brasileiras serviram em diferentes hospitais do Exército norte-americano e, em 1992, a Escola de Administração do Exército matriculou a primeira turma de 49 mulheres, inserindo-as no Quadro Complementar de Oficiais da instituição.
O Exército instituiu o Serviço Militar Feminino Voluntário para médicas, dentistas, farmacêuticas, veterinárias e enfermeiras de nível superior em 1996. Mas, até aqui, as representantes femininas tinham seu campo de atuação restrito a atividades de suporte como administração, saúde e ensino. A novidade está na entrada de mulheres na linha militar bélica. Em 2017, a formação da mulher como oficial combatente foi iniciada na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP), e será concluída em 2021 na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ). Elas poderão alcançar até o mais alto posto da instituição, o de general de Exército.                                         




   

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