No entanto, "inclusivamente essa estratégia acabou por não resultar, porque acabaram por pagar preços ainda mais altos do que aqueles que teriam se tivessem feito logo a renovação do contrato".
E, neste momento, "estão a ser confrontados com aumentos ainda maiores do que os 25% a 30% a que estavam anteriormente", lembrou o responsável.
No fundo, "isto é uma machadada que está a ser dada às empresas e que lhes vai retirar competitividade nos mercados internacionais", advertiu o dirigente empresarial, dando como exemplos particulares a cerâmica, os plásticos e uma parte do setor têxtil, designadamente o que tem a ver com acabamentos, embora reconheça que o problema "é transversal" a todo o setor industrial.
A AEP, refere, já fez sentir ao secretário de Estados da Energia, Jorge Seguro Sanches, esta preocupação que "também é [a preocupação] dele e que está a desenvolver contactos com várias entidades no sentido de ver como é que se consegue minimizar este impacto".
O presidente da AEP acrescentou que em Espanha "o problema é o mesmo", o que já levou o Governo espanhol a eliminar um imposto sobre a produção (de 7%), criado há uns anos para reduzir o défice tarifário, que depois os produtores repercutiram sobre os consumidores.
"Urge tomar medidas, de outra forma a competitividade das empresas pode ser colocada em risco", alertou.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério da Economia, em julho de 2018 o preço de eletricidade no MIBEL fixou-se em 61,87 euros, que comparam com 48,52 euros registado no mesmo mês do ano anterior.
Em agosto, os governos de Portugal e Espanha anunciaram que vão "pôr em marcha" um grupo de trabalho para analisar a subida de preços no MIBEL, ressalvando que não descartam a possibilidade de reforma do mercado.
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